26.5.13

Poder


Nunca mais regaram as flores pelo que as abandonaram completamente. E tu... Restas-me tu que vagueias pela minha pele como um czar vagueia pelo seu castelo. Não devias pensar que possuis esse poder todo. Não devias ter essa superioridade infernal que te corrói a alma. As pombas mensageiras passam a mensagem a falcões porque te receiam. E eu estou aqui. Estou perante ti e o povo pede-me que te abra os olhos ensanguentados. Estás cego pelo poder, ele cegou-te sem piedade arrancando-te as pupilas orgulhosamente. Ignoras tudo o que te rodeia amando apenas esse teu ego. E esqueceste-te das tuas flores. Eu mesma acabei por me esquecer, pelo que elas se sentiram abandonadas e fugiram. Só resta o pólen na terra fria que nem as abelhas procuram apanhar. Abandonaste-as. Esqueceste-as antes de me esqueceres a mim.
Eram a tua liberdade e a tua perdição. Eu era a tua perdição e elas a liberdade. Agora estás preso e perdido  nos limites do teu poder. 

1 comentário:

Carolina disse...

Escreves TÃO bem :D