19.2.14

Refúgios


Tudo à minha volta me parece pequenas flores que peregrinam para a perfeição. Tudo me parece belo, único, especial. Tudo parece querer escapar-me da vista. Tudo me parece pequenos grãos de areia, tudo me parece fogo. Fogo que não queima, mas martiriza. Os meus ossos estalam e desfaleço. Deixei de me atirar contra as paredes porque me apercebi que a dor não é suficiente. Tornei-me amante do fogo e espero que este também me abandone para que venha algo mais poderoso.
 Fartei-me das chamas! 
Fartei-me do vermelho, do laranja, do calor! 
Espero calmamente o frio, para que me refugiar no gelo. Talvez ele me receba de braços abertos. Talvez ele me ame. 

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